Filho de Margarida Maria Alves ganha indenização de R$ 431 mil
Líder sindical Margarida Maria Alves foi assassinada em 1983 por motivos políticos, na Paraíba — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
O
filho da agricultora e líder sindical Margarida Maria Alves,
assassinada em 1983 em Alagoa Grande, Agreste da Paraíba, receberá
indenização de reparação econômica e danos morais pela morte da mãe,
determinou o Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5).
José
de Arimateia Alves receberá um total de R$ 431.720, sendo R$ 181.720 a
título de reparação econômica e R$ 250 mil por danos morais. A decisão
foi unânime da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região –
TRF5.
A
líder sindical Margarida Maria Alves teve sua condição de anistiada
política do regime militar reconhecido em longo processo administrativo,
concluído em 6 de julho de 2016, pela Portaria nº 1.114/2016. Esse ato
concede ao anistiado e seus dependentes econômicos o direito à devida
reparação pecuniária pelos danos causados em decorrência da perseguição
política.
Margarida Maria Alves
Margarida
Maria Alves foi assassinada em 12 de agosto de 1983, com um tiro de
espingarda no rosto disparado por um matador de aluguel. O crime ocorreu
em frente da sua casa, na presença do marido e do filho, de 8 anos de
idade na época.
A
agricultora foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Alagoa Grande por 12 anos, onde lutou pelos direitos dos trabalhadores
do campo, como jornada de trabalho de 8 horas diárias e 13°salário.
Após
investigações, foram mencionados como mandantes o usineiro Aguinaldo
Veloso Borges, latifundiário e proprietário da Usina Tanques, e seu
genro José Buarque de Gusmão Neto (Zito Buarque). Eles faziam parte do
chamado Grupo da Várzea, composto por 60 fazendeiros, três deputados e
50 prefeitos. Foram acusados pelo crime o soldado da PM Betâneo Carneiro
dos Santos, os irmãos pistoleiros Amauri José do Rego e Amaro José do
Rego e Biu Genésio, motorista do carro que levou os matadores até a casa
de Margarida.
Os
assassinos nunca foram condenados e, dos envolvidos, apenas Zito
Buarque foi julgado. Ele ficou preso por três meses, tendo sido
absolvido em 2001, em João Pessoa.
ManchetePB com G1PB
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