Elize Matsunaga deixa cadeia após ganhar liberdade condicional

31 maio

 

Elize Matsunaga deixa penitenciária em Tremembé acompanhada de advogado após liberdade condicional — Foto: Wilson Araújo/ TV Vanguarda

A Justiça concedeu liberdade condicional a Elize Matsunaga, presa por matar o marido Marcos Matsunaga em 2012.

A informação foi confirmada pelo advogado dela, Luciano de Freitas Santoro. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que cumpriu o alvará de soltura de Elize às 17h35 desta segunda-feira (30) devido ao livramento condicional.

Apesar de ter sido liberada no fim da tarde, Elize deixou a penitenciária por volta das 19h15 na companhia do seu advogado. O recurso foi pedido à Justiça pela defesa dela e concedido pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária, o Deecrim de São José dos Campos.

Com isso, ela passa o restante do tempo de pena em liberdade, tendo que cumprir algumas regras, como informar periodicamente a ocupação e endereço à Justiça.

Inicialmente ela havia sido condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, mas em 2019 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu para 16 anos e três meses a pena.

Na penitenciária, onde cumpriu pena ao lado de detentas em crimes que causaram grande repercussão como Suzane von Richthofen e Anna Jatobá, ela trabalhou no regime semiaberto para diminuir a pena.

Elize trabalhou na área da costura. Ela ganhou salário e pode ter direito às saídas temporárias. Elize chegou a divulgar que investiria em um negócio de roupas para pets.

Recentemente, após ter participado de um documentário, ela anunciou sua autobiografia, intitulada “Piquenique no Inferno”, que escreveu à mão na prisão, para pedir perdão à filha, que está impedida de ver desde 2012.

Durante as saídas temporárias, Elize chegou a exibir cartazes e a passar mensagens para a filha – a família do marido a proíbe de ter contato com a filha do casal, segundo ela.

O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, e teve repercussão na imprensa por envolver uma bacharel de Direito casada com um empresário herdeiro da indústrias de alimentos Yoki. Ele tinha 42 anos à época e ela, 30.

O empresário foi baleado na cabeça com uma das 34 armas que o casal tinha na residência. Quatro eram de Elize, incluindo a pistola usada no crime. As demais pertenciam a Marcos.

Elize alegou à época que atirou em Marcos para se defender dele, que discutiu com ela e lhe agrediu com um tapa no rosto ao descobrir que Elize havia contratado um detetive particular para seguir o marido. O profissional havia descoberto mais uma das traições do empresário e o filmou com uma garota de programa.

Marcos, que já havia sido cliente de Elize no passado, quando ela se prostituía, gritou, segundo a bacharel, que tiraria a guarda da filha dela e a mataria.

Com medo de novas agressões e ameaças, já que contou ser sido vítima de violência doméstica em outras ocasiões, ela teria disparado a esmo para se defender.

A previsão inicial, com a pena atualizada, é que ela deixasse a prisão em 2028.

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