Pai de atirador de Aracruz pede desculpas a vítimas e diz que filho não demonstrou emoção
Dono das duas armas utilizadas nos ataques a duas escolas em Aracruz (ES), que deixaram 4 mortos e 12 feridos, na manhã da última sexta-feira (25), o pai do atirador, que é policial militar, narrou em entrevista ao jornal Estadão, que o filho não demonstrou nenhum tipo de emoção após ter cometido os atentados.
Ele pediu desculpas a cada uma das famílias das vítimas e disse que deverá ser punido por omissão de cautela em relação às pistolas às quais o filho conseguiu ter acesso. Ele chegou a ligar preocupado para o adolescente, de 16 anos, quando soube através de um grupo de WhatsApp sobre o que havia acontecido. Àquela altura, não fazia ideia de que ele era o autor dos disparos.
– Meu mais profundo sentimento de pesar. Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer esse atentado. Se eu pudesse, pediria para cada família o perdão para meu filho, apesar de saber que diante de tamanha dor isso é algo impossível. Gostaria de poder pedir o perdão e dar minha explicação para cada parente das vítimas, mesmo que fosse em vão – disse o homem.
O pai disse que tem sofrido ameaças e que muitas notícias falsas a seu respeito têm sido compartilhadas nas redes. Ele e a esposa, mãe do atirador, estão escondidos desde o dia em que tudo aconteceu. Ele revelou ainda que a farda militar foi um presente dado ao filho, que sempre gostou do tema e dizia que se alistaria. O homem relembrou ainda o diálogo com o adolescente no momento em que ficou sabendo que algo havia acontecido na cidade.
– Eu e minha esposa estávamos na rua resolvendo algumas coisas. Nós tomamos conhecimento através de um grupo do WhatsApp da comunidade aqui. Sou o presidente da associação de moradores, pra você ver que não sou nazista como estão pintando aí nas redes sociais. Minha esposa estava por acaso verificando as mensagens no grupo. Ela viu uma postagem referente a um atentado, a uma violência que aconteceu. A gente ligou para o X. porque ficamos preocupados. Tínhamos deixado ele em casa e a gente estava no centro da cidade. Aí a gente ligou para ele avisando e perguntando se estavam trancados os portões. Falamos para deixar o cachorro solto no quintal porque a princípio tinha ocorrido um tiroteio. E era para ele ficar trancado dentro de casa e soltar o cachorro, não abrir as portas para ninguém – narrou ao jornal.
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